Resenha: Quem é Você, Alasca?, de John Green

Quando John Green bombou por aqui com “A Culpa é das Estrelas” fiz uma super campanha contra. Não sei se já contei, mas tenho preconceito com livros “modinha”. Para também não entrar na modinha de só criticar, me comprometi a ler outros livros dele. 

Quem é Você, Alasca? foi o último que li (de um total de quatro livros), e já tenho uma opinião formada sobre o autor. Só não me odeiem, ok?


Editora: Martins Fontes
Edição: 4 / Ano: 2014
Páginas: 229
☆☆☆

SINOPSE: Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o "Grande Talvez". Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao "Grande Talvez".

Miles é um rapaz tranquilo e sem muitos amigos, que gosta de memorizar as últimas palavras ditas por personalidades antes da morte. Impulsionado pelas últimas palavras de François Rebelais (“Saio em busca de um Grande Talvez”) ele decide estudar em Culver Creek, uma espécie de internato, onde faz amizade com Coronel, Takumi, Lara e Alasca. Coronel é seu colega de quarto e lhe explica como funcionam as coisas no local, como a divisão entre populares e excluídos. Um grupo está sempre tentando atingir o outro através de trotes, e é Alasca quem tem as melhores ideias para trotes. Ela também é um canal para cigarros e bebidas, que são proibidos no colégio. O comportamento intenso e a beleza da garota provocam uma atração imediata, que durante o decorrer do livro será transformada em um sentimento maior. 
(...) se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela, um furacão.
Eu conseguia escutar seu sorriso durante a leitura, e o som daquele sorriso me fez pensar que eu poderia gostar mais dos romances se Alasca Young os lesse para mim.
O livro é dividido em duas partes, o Antes e o Depois, e os capítulos são nomeados com dias na ordem decrescente e crescente, respectivamente. O que há entre o antes e o depois é um grande acontecimento que coloca o Miles em um labirinto. Pela capa e sinopse você pode até achar que o livro é sobre a Alasca, mas arrisco dizer que não. O livro é sobre o Miles. Ou melhor, o livro é sobre as angústias e descobertas da vida durante a adolescência. Sobre inícios e términos. 

O Sr. Green parece ter uma fórmula: Os personagens são sempre parecidos. São jovens deslocados, com poucos amigos (às vezes possuem só um melhor amigo), extremamente inteligentes, mas prepotentes. Quando estou lendo só consigo imaginar adolescentes chatos. É reforçado toda hora o quanto Alasca é incrível, mas são só afirmações de outros personagens. Esconder bebidas e fumar não é incrível. Nesse livro vi semelhanças com personagens de outros livros dele, como Cidades de Papel e A Culpa é das Estrelas. Cheguei à conclusão que John Green é o Manoel Carlos da literatura jovem-adulto.

Chega uma hora em que é preciso arrancar o Band-Aid. Dói, mas pelo menos acaba de uma vez e ficamos aliviados.
John Green aborda temas importantes, mas de forma muito superficial e romanceada. Considero isso um pouco perigoso. Não é uma leitura que eu recomendaria. Não há uma mensagem muito construtiva. É um livro cheio de clichês e carregado de sarcasmo, outra marca do autor, que só serve para passar o tempo. 

Considerei um bom livro porque a leitura fluiu bem e me deixou curiosa para saber o final (que não gostei), mas a história não convence e é até decepcionante. A edição também foi um ponto positivo na minha nota. Sempre achei essa capa da Martins Fontes a mais bonitinha, e a diagramação e qualidade do livro também não deixaram a desejar. Mas encerrei com esse livro a vontade de ler qualquer outra coisa do autor.

Obs.: As fotos desse post são de autoria de Lene Colaço. É permitido compartilhar, desde que as imagens não sejam editadas e dê os devidos créditos.

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