Cinema: A Forma da Água

Guillermo del Toro é o cineasta responsável por filmes incríveis, entre eles "O Labirinto do Fauno", um dos meus favoritos. Por isso criei uma grande expectativa quando vi os meninos do Choque de Cultura falando do filme A Forma da Água. A expectativa foi superada com sucesso.


Com um roteiro cheio de fantasia e poesia, Del Toro nos apresenta Elisa, zeladora em um laboratório experimental do governo dos Estados Unidos. Elisa é muda, mas com uma postura bem otimista, que fica visível nos seus gestos e cuidados rotineiros, bem como no relacionamento com seus únicos amigos: Giles, seu vizinho solteirão, e Zelda, sua companheira de trabalho falastrona. A chegada de uma criatura ao laboratório chama a atenção da moça. O ser com aparência de peixe, mas com postura de homem, foi capturado na Amazônia, onde era adorado como um deus. Elisa, livre de preconceitos e cheia de curiosidade, começa a estabelecer contato e criar situações para ficar próxima da criatura que é mantida presa. Essa aproximação fará Elisa experimentar um novo sentimento e encontrar seu lugar no mundo.
Se eu contasse sobre ela, a princesa sem voz, o que eu diria? Eu poderia falar sobre o tempo? Isso aconteceu há muito tempo – nos últimos dias do reinado de um príncipe justo… Ou eu poderia falar sobre o lugar? Uma pequena cidade perto da costa, mas longe de todo o resto… Ou talvez eu pudesse somente avisar sobre a verdade desses fatos, o conto de amor e sobre o monstro que tentou destruir isso tudo…
Eu poderia resumir esse filme em uma palavra: fascinante! Mas preciso dizer que o filme é extremamente bem feito, com atuações incríveis. E, nesse quesito, o destaque vai para Sally Hawkins, que nos brinda com uma Elisa extremamente expressiva e precisa, anulando qualquer necessidade de falas para nos passar emoção, e Michael Shannon, que exala machismo e racismo, e nos faz sentir medo e raiva do Coronel Richard Strickland.

A historia é ambientada no período da Guerra Fria, com bastante tensão política e questões sociais dos Estados Unidos da época (década de 60). O preconceito se materializa na imagem de Zelda (Octavia Spencer), que é negra, e no isolamento de Giles, que é homossexual e lida com as dificuldades da sua orientação sexual.
Tudo o que eu sou, tudo o que eu fui, me trouxe aqui para ele.
Na década de 60 os musicais estavam em alta e vemos isso no filme, seja na TV de Giles ou em exibição no cinema, que fica no mesmo prédio que Elisa mora. Nessa atmosfera temos uma linda trilha sonora, com direito a música brasileira com Carmen Miranda.

Com um gostinho de A Bela e a Fera, uma certa semelhança com O Labirinto do Fauno, e um ar de Amélie Poulain, A Forma da Água é até bem previsível. Desde o início somos conduzidos pelo narrador, que nos fala sobre uma princesa sem voz, para esse universo fantasioso. Previsível, mas nem por isso menos encantador, como um conto de fadas deve ser.

O filme conta com 13 indicações ao Oscar e merece cada uma delas. Será dele a minha torcida, porque realmente estou apaixonada, e recomendo que você corra para o cinema sem pestanejar.

2 comentários:

  1. Definitivamente este filme brilha pela sua boa mensagem, sua linha de diversão e o bom nível de animação. Michael Shannon fez um ótimo trabalho no filme. Eu vi que seu próximo projeto, Fahrenheit 451 será lançado em breve. Acho que será ótimo! Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Acho que Fahrenheit 451 sera excelente! Se tornou em uma das minhas histórias preferidas desde que li o livro, quando soube que seria adaptado a um filme, fiquei na dúvida se eu a desfrutaria tanto como na versão impressa. Acabo de ver o trailer da adaptação do livro, na verdade parece muito boa, li o livro faz um tempo, mas acho que terei que ler novamente, para não perder nenhum detalhe. Sera um dos melhores filmes ficção cientifica acho que é uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas.

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    1. Sim, já haviam me contado da produção de Fahrenheit 451 e que o Shannon estaria nele (e, se não me engano, fazendo outro vilão), e fiquei bem feliz com a noticia. Ainda não li o livro, que está na fila de espera, mas acho que boas adaptações são sempre bem vindas. São formatos diferentes, que, as vezes, fornecem visões diferentes. O ideal é aproveitar tudo! :)

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