Resenha: Hamlet - Príncipe da Dinamarca, de Shakespeare

Shakespeare dispensa apresentação. Com certeza você conhece pelo menos uma de suas obras que já foram transformadas em livros, filmes e servem de inspiração no mundo da arte de variadas formas. 

Nunca foi um desejo meu ler suas obras, principalmente agora que tenho tentando ler mais nacionais. Também li Macbeth ano passado e achei cansativo. Pensei que não leria outra coisa dele, mas aí minha sobrinha pegou essa edição de Hamlet na biblioteca do colégio e não resisti.

Editora: Dimensão Ltda

Edição: 1 / Ano: 1996

Páginas: 48
☆☆☆☆✩

Nessa obra vamos conhecer Hamlet, um príncipe que está de luto pela morte do pai e tem que lidar com o casamento precoce de sua mãe com o irmão do rei morto. A situação de abatimento do príncipe muda quando soldados informam terem visto um fantasma que aparece sempre na mesma torre, todas as noites, e que possui a aparência do rei morto. Hamlet decide esclarecer essa história e espera o fantasma no local indicado. Ao encontrá-lo, ele descobre que seu pai foi assassinado e veio lhe incumbir à tarefa de vingar-se do assassino. Hamlet promete ao pai que irá executar a vingança, sem imaginar que a morte do pai foi apenas a primeira tragédia em sua vida. 

Hamlet se trata de uma tragédia. Tem traição, assassinato, loucura, suicídio, envenenamento, duelo... Enfim, poderia ser um “drama mexicano”, mas não é forçado. As coisas vão acontecendo na medida certa e tudo se encaixa. Tem também um toque poético, e muitos diálogos filosóficos. 

Todo o enredo do livro nos leva a execução da vingança, mas muitas outras coisas importantes acontecem até que o assassino pague por seu crime. Hamlet às vezes questiona a promessa que fez ao pai, duvida se realmente deve acreditar no fantasma que viu ou se está enlouquecendo. E para não demonstrar ao assassino que está investigando e planejando contra sua vida, Hamlet finge mesmo estar louco. Isso nos leva a duvidar se o príncipe realmente sabe o que está fazendo ou se está agindo movido por um surto. 

Essa edição de Hamlet é mais voltada para o público infanto-juvenil. É uma edição com poucas páginas e um texto bem descomplicado, o que facilitou muito a leitura e me fez gostar da história. É um livro grande, em capa dura, e com lindas ilustrações que o tornam um livro perfeito esteticamente. 

Hamlet é uma obra com figuras misteriosas e dramáticas, mas com personagens que nos conquista de imediato. O personagem principal ganhou minha admiração por se manter tão frio diante de situações tão difíceis, e torci para que fizesse justiça. Ofélia, a amada do jovem príncipe, me cativou pelo destino injusto que teve. Ela foi a responsável pelo questionamento maior ao termino da leitura: a vingança realmente vale a pena?

Obs.: As fotos desse post são de autoria de Lene Colaço. É permitido compartilhar, desde que as imagens não sejam editadas e dê os devidos créditos.