Cinema: Power Rangers - O Filme

Como uma boa criança dos anos 90, cresci assistindo Power Rangers, mas confesso que não era meu programa favorito. Sempre curti mais o estilo aventura com fantasia, magia... Ação eu dispenso. Mas eis que esse ano lançou o filme, e, por mais que eu tenha minhas resistências, é algo que faz parte da minha infância e achei que valia a pena a dose de nostalgia. Assisti ontem e já corri aqui para contar o que achei. 

Cinco adolescentes se conhecem e estão juntos no mesmo lugar, e algo extraordinário acontece. A partir daí eles começam a sentir que estão diferentes, que agora possuem super poderes, e que foram escolhidos para salvar a Alameda dos Anjos, cidade onde moram, da terrível Rita Repulsa. Mas antes eles precisam resolver seus problemas pessoais e apoiarem uns aos outros.

O filme é como um episodio de Power Rangers, porém com mais duração. A narrativa começa com a origem de tudo, passando pelo encontro dos adolescentes, o treinamento para enfrentar a vilã, e termina com uma batalha. Tudo é bem clichê e previsível, com bastante efeitos especiais.

A essência juvenil é mantida com sucesso, e o desenvolvimento dos personagens é um ponto muito positivo. Eles precisam criar vínculos, superar a insegurança, para só assim se tornarem Power Rangers. São adolescentes enfrentando conflitos bem reais, como bullyng e responsabilidades. Os temas autismo e relações LGBT também são abordados, porém não houve tempo suficiente para tratar desses assuntos com a seriedade que eles merecem. Mas incluí-los já foi um grande passo. É um filme de temática jovem, para jovens, e é importante que eles se vejam em seus heróis e percebam que não são os únicos passando por X problema.

Mas se o ponto positivo ficou com o desenvolvimento dos personagens, o ponto negativo ficou com a batalha. Tudo acontece muito rápido. Se você assistiu a série e tinha aquela empolgação com a sequência de ação, pode rolar um estranhamento. A demora é tanta para que eles se conheçam e desenvolvam um vínculo, que quando finalmente eles se transformam em Power Rangers o filme já está no fim. Fez falta vê-los mais tempo em ação com o uniforme. Mas creio que tenha sido intencional, e o próximo terá mais foco nisso.

É um filme simples, mas que fez o dever de casa direitinho. As atuações são boas, com exceção da ranger amarela, a Trini (Becky G), que é bem inexpressiva. Já o Billy (RJ Cyler), o ranger azul, é o destaque do filme. A Rita Repulsa (Elizabeth Banks) ficou muito parecida com a vilã da série, o que só agrega a sessão nostalgia. A trilha sonora está bem eclética e jovial, como deve ser, e confesso que ouvir "Go! Go! Power Rangers!" deu um friozinho na barriga.

Se você assistia a série e quer matar a saudade, super recomendo. Se você é de 2010 pra cá, e não entende a expressão "hora de morfar", super recomendo também. É um filme para agradar os fãs saudosistas e criar novos fãs, com certeza.