Netflix: Okja

Okja foi lançado na Netflix em julho, mas só ontem bateu vontade de assistir. Sem ter lido nada sobre o filme (nem a sinopse), Okja chamou minha atenção pelo colorido da prévia e por saber que Tilda Swinton está no elenco. Acabei sendo pega de surpresa de várias formas, mas valeu muito à pena.


O filme começa nos apresentando a Lucy Mirando, diretora da empresa alimentícia que leva o nome de sua família. Lucy tem o projeto de desenvolver um super porco que oferecerá mais carne e menos custo. Vinte e quatro pessoas em locais diferentes do mundo irão receber um super porco e cuidar do animal por dez anos, quando a experiência chegará ao fim e o super porco será apresentado a população em geral. As informações são jogadas em uma apresentação de forma muito rápida, e logo em seguida já vemos uma garota e seu super porco dez anos depois. Essa garota é Mija, uma órfã que mora com seu avô em uma fazenda no topo de uma montanha na Coreia do Sul, onde o super porco Okja foi criada de forma natural e com muito afeto. O que elas não sabem é que funcionários da Mirando irão buscar Okja e levá-la para Nova York, onde ela será exposta e usada. Separadas, Mija começa uma corrida cheia de aventuras para salvar Okja e levá-la de volta para as montanhas.

De imediato, você pode achar que é mais uma historia bonitinha de uma pessoa e seu animal de estimação vivendo aventuras, porque é isso que vemos com certa frequência, mas Okja vai muito além disso. Existe o companheirismo, as aventuras, mas logo somos apresentados a um tema bastante delicado e polemico: como a indústria alimentícia manipula informações transformando crueldade em entretenimento e satisfação de consumo. Okja, assim como outros super porcos, são parte de um experimento cientifico. Como todo experimento, tem seus problemas, os resultados que não deram muito certo, e isso é mostrado rapidamente, mas o suficiente para causar espanto e repulsa. O filme mostra aquele lado que ninguém vê porque as empresas não estão interessadas em mostrar. As empresas costumam usar o que é politicamente correto e adotam valores que se limitam a propaganda, mas o processo do produto, a forma como os animais vivem e são abatidos, é cercado de crueldade.

Combatendo essa crueldade temos um grupo de defesa animal que se junta a Mija com a intenção de salvar Okja. Na verdade eles querem parar a produção e comercialização de super porcos, mas os meios que adotam para isso são um pouco questionáveis. 

Os personagens são caricatos e muito expressivos. É difícil imaginar que Mija e Okja não existem porque a relação de afeto é palpável. A interação de Okja é incrível. O olhar dela diz tudo. Também gostei do fato de colocarem um animal que tem a possibilidade de sentir e pensar de forma tão humana, porque na realidade não é muito diferente. Já Lucy é aquele personagem que não dá pra saber se gostamos ou não, e acho que a intenção foi realmente essa. Não dá pra sacar se ela é realmente a vilã. E tem personagens como Jay, líder do grupo de defesa animal, que é um tanto enigmático.


Okja tem todos os elementos para ser um bom filme. Tem um bom elenco, uma boa produção, e uma historia interessante que proporciona entretenimento e reflexão. Afinal, de onde vem o alimento que você consome?

Está disponível na Netflix e tem uma cena pós credito, então fiquem atentos ;)

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