Resenha: A Granja do Silêncio, de Paul Bodier
A resenha de hoje não é de uma leitura atual, mas sim de um livro que li em 2015. Considero esse livro bem especial, tanto pela história, quanto pela forma que o consegui. Muitas pessoas o indicavam, mas ele estava esgotado. Então, na bienal do Rio de 2015, sem pretensão nenhuma, eu o achei. A FEB havia relançado! O devorei ainda na viagem, e agora conto pra vocês um pouquinho do que ele aborda.
Editora: FEB
Edição: 15 / Ano: 2015
Páginas: 168
☆☆☆☆
Sinopse: O autor apresenta um caso de reencarnação objetivando levar ao público fenômenos e teorias do Espiritismo. Expõe, em forma romanceada, a aparição de um Espírito e a previsão do próprio renascimento. Analisa, também, aspectos da lei de causa e efeito. Defende a tese de que cabe à Doutrina Espírita não só proclamar a vida além da morte, como também fazer ressurgir o verdadeiro Cristianismo.
Nesse livro o autor começa nos contando como adquiriu essa história, através de um manuscrito que Gilles Bodin o entregou horas antes de morrer. Gilles será nosso narrador, e nos conta que em visita ao seu avô (em 1855, quando ele tinha 25 anos), se deparou com uma casa muito vistosa de portão e janelas sempre fechados, que indicava abandono. Ao interrogar o avô sobre a casa, ouviu que ela sempre foi daquela forma, que há muito tempo se achava abandonada, e por isso passaram a chamá-la de Granja do Silêncio. A curiosidade levou Gilles a querer penetrar naquele templo silencioso, e ele conseguiu seu objetivo pulando o muro. Com a curiosidade cada vez maior, ele resolve entrar na casa, o que consegue sem dificuldade, já que a porta estava aberta. Nessa casa Gilles terá um encontro cheio de revelações que o fará questionar a ciência, e que mudara sua forma de ver a vida e a morte.
Nessa história conhecemos o caso de espíritos que estavam ligados aqui na terra, que morreram juntos e de forma trágica, e acabam reencarnando para expiação e por um fim no ódio gerado na outra vida. Eu gosto de como o espiritismo trata essa questão, de como ele coloca que você é o único responsável por seus sentimentos e suas ações. Quanto mais puro e generoso você for aqui, mais fácil será sua experiência espiritual, melhor será sua próxima vida, até chegar o ponto de que não precise mais reencarnar porque não há mais assuntos de ordem espiritual para serem resolvidos.
Todas as religiões se sumirão pouco a pouco durante do progresso da ciência e da verdade, que instaurarão a verdadeira religião do Amor. Entretanto, na hora presente, elas ainda bastam a alguns Espíritos escassamente cultos, e fora erro querer alguém convencê-los antes de os haver instruído e ensinado a raciocinar com lógica.
Não vou contar muito do enredo para não estragar o suspense, mas o romance aborda fenômenos espíritas como aparição, premonição, transfiguração e reencarnação. É de uma leitura super rápida. O livro tem menos de 200 páginas, e a história é muito interessante e nos leva a querer saber mais e mais a cada capítulo.
A narrativa é empolgante, os personagens são agradáveis, e as descrições são bem feitas e até poéticas. O único ponto negativo é o vocabulário um pouco difícil. Esse livro foi lançado em 1930 e acho que desde então, mesmo com reimpressões, não mudaram nada. Pode se fazer necessário o uso de um dicionário em alguns momentos.
Do mesmo jato, aprendi que cada nova existência está intimamente ligada à anterior; que, para progredir e elevar-se até a sabedoria e a luz excelsas, necessário é que o ser se ache isento de ódio, visto que o amor constituti a lei suprema que governa os mundos!
Seria Gilles Bodin um personagem fictício ou alguém que realmente existiu e presenciou todos os fatos narrados no livro? Não sei... Só sei que A Granja do Silêncio é uma historia de evolução e transformação física e espiritual. Uma leitura maravilhosa que recomendo demais.
Obs.: As fotos desse post são de autoria de Lene Colaço. É permitido compartilhar, desde que as imagens não sejam editadas e dê os devidos créditos.